“Quanto
à razão por que nos deveríamos tornar uma família «Citroёn»,
quando já havia Volkswagens, Peugeots, Renaults, Fiats e afins mais
baratos, gosto de pensar que se explicaria por um qualquer motivo
étnico subliminar. Os carros alemães, é claro, estavam fora de
questão. A reputação dos carros italianos (pelo menos dos que
poderíamos comprar) estava na sua fase mais negra: a opinião comum
era que os italianos podiam desenhar tudo ─ só não o sabiam
construir. A Renault estava desgraçada pela colaboração ativa do
seu fundador com os nazis (o que levara a que a firma fosse
nacionalizada). O Peugeot era uma marca respeitável, mas, na altura,
mais conhecida pelas bicicletas; seja como for, os seus carros eram
construídos como tanques e parecia que lhes faltava estilo (o mesmo
argumento usado para os Volvos). E, talvez o argumento decisivo,
mesmo que nunca dito, o fundador epónimo da dinastia Citroёn fora
um judeu.”
Judt, Tony, O
Chalet da Memória,
Lisboa, Edições 70, 2011, p. 49.
M. et Mme Citroën
André Citroën e Giorgina Citroën
Agence Rol
1928
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