“O
outro estímulo para me separar, é claro, foi a minha experiência
no exército nos montes Golã, durante a Guerra dos Seis Dias. Foi
ali que, para minha surpresa, descobri que a maioria dos israelitas
não eram socialistas agrários modernos transplantados, mas sim
judeus jovens, urbanos, preconceituosos, que só eram diferentes dos
seus homólogos europeus e americanos na sua autoconfiança machista,
gabarola, e por terem uma arma nas mãos. O modo como tratavam os
árabes, que haviam derrotado, chocou-me (e pôs um ponto final nas
ilusões dos meus anos de kibbutz),
e a indiferença com que previam a futura ocupação e domínio de
territórios árabes até na altura me deixou aterrado.”
Judt, Tony, O Chalet da Memória, Lisboa, Edições 70, 2011, p. 102.
Montes Golã
ca. 1970-1990
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