“Fernando
Ribeiro de Mello foi um pequeno editor, “marginal” por imposição
externa e por adopção voluntária, que operou sempre por fora das
corporações profissionais e das cadeias comerciais que ditavam as
regras do mercado editorial, e que conseguiu um notável sucesso
financeiro e de prestígio cultural durante pouco mais de dez anos,
atravessando dois processos em tribunal, a pressão da censura e da
polícia política, o fim de um regime ditatorial, um escaldante
período revolucionário e a instauração de um novo regime
democrático. Aos 30 anos, tinha garantido uma existência folgada
apenas a publicar livros que traziam um ferrete irresistível de
“proibido” ou “proibível” e que se vendiam a preços
proibitivos. Publicou, ao longo de vinte e quatro anos, oitenta e
cinco títulos, alguns dos quais foram enormes sucessos comerciais,
com inúmeras edições. Atraiu e soube manter a colaboração de um
grupo de jovens artistas plásticos, poetas, jornalistas, grafistas,
alguns dos quais fizeram com ele os melhores livros da Afrodite (e
alguns dos melhores das suas carreiras).”
Marques, Pedro Piedade (org.), Editor Contra: Fernando Ribeiro de Mello e a Afrodite, s. l., Montag, 2015, p. 257.
Female lucubration
Print made by: Philip Dawe
After: John Foldsone
1772
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