“Continuamos
presos à noção da era industrial de que o nosso trabalho nos
define: mas isto é manifestamente falso para a esmagadora maioria
das pessoas hoje em dia. Se vamos invocar chavões oitocentistas,
faríamos melhor em citar «O Direito à Preguiça», um panfleto
involuntariamente presciente do genro de Marx, Paul Lafargue, que
sugere que a vida moderna irá proporcionar cada vez mais
oportunidades para a autodefinição através do lazer e da
distração. O trabalho irá desempenhar um papel felizmente cada vez
mais pequeno.
Acabei
a
fazer o que sempre quisera fazer – e a ser pago, ainda por cima.
Muita gente não tem tanta sorte. A maioria dos empregos é
aborrecida: não enriquece nem sustenta. Ainda assim (como os nossos
antecessores vitorianos), voltámos a considerar o desemprego uma
condição vergonha: algo parecido com um defeito de carácter.”
Judt, Tony, O Chalet da Memória, Lisboa, Edições 70, 2011, p. 135.
Thomas Stothard
1755-1834
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