“Quase
invariavelmente, nos lugares de onde partiu a sublevação nacional
contra o ocupante foi o «povo» que tomou a iniciativa. O «povo»,
isto é: pescadores, trabalhadores rurais, camponeses, oficiais
mecânicos, e um ou outro comerciante pobre ou ínfimo empregado
público. Mas no meio deles aparece o ocasional alferes, tenente ou
capitão de ordenanças ou milícias, o ocasional religioso (secular
ou regular) e até, em muito poucos casos, o ocasional magistrado e o
raro senhor local, ornado ou não com o prestigioso título de
bacharel. Nunca é destas personagens que vem o gesto decisivo de
revolta. Acontece que, reconhecendo a «ebulição» do «povo», se
arranjaram no último momento para se pôr ao seu lado e, se
possível, à sua frente. Há, no entanto, excepções conhecidas.”
Valente, Vasco Pulido, Ir prò Maneta. A Revolta contra os Franceses (1808), Lisboa, Alêtheia Editores, 2007, p. 14.
Portrait de Napoléon Bonaparte
Nicolas-André Monsiau
1806
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