“Quer
dizer, se em França a nação se criara contra o «antigo regime»
e, em Espanha, contra ele e o invasor, na crise portuguesa de
1807-1812 a nação surgiu em oposição ao francês (como era
inevitável) mas sobretudo em oposição ao «afrancesado». Nestas
condições, ficou desde o seu princípio identificada ao padre, ao
frade e ao fidalgo, verdadeiros depositários de tudo o que ela
possuía de singular (e, portanto, de sagrado) e últimos baluartes
da sua defesa contra aqueles que de fora a procuravam vencer ou
corromper, pelas armas ou pelas ideias. É inútil sublinhar a
persistência desta visão na história futura do país. Em Portugal,
o nacionalismo não teve como no resto da Europa um conteúdo laico e
liberalizante (excepto nos breves episódios da Patuleia
e da propaganda
republicana entre 1890 e 1910). Pelo contrário, quase sempre não se
distinguiu do ultramontanismo católico e das causas típicas da
conservação.”
Valente,
Vasco Pulido, Ir
prò Maneta. A Revolta contra os Franceses (1808),
Lisboa, Alêtheia Editores, 2007, pp. 49-50.
Sopa de Arroios
Domingos António Sequeira e Gregório Francisco de Queirós
1813
"Dom. Ant. de Sequeira Ac. Rom. inv. del. e abrio os cont. das figuras
Greg. Fran.co de Queiroz esculpio as figuras a Agoa Forte e a buril em 1813
"A S. A. R. O Principe Regente Nosso Senhor,
Augusto, Pio, Magnanimo, Pai da Patria,
D. O. C.
Domingos Antonio de Sequeira, Luzitano,
Primeiro Pintor da Camera e Corte de S. A. R; Mestre dos Ser.mos Snr.es Principe, e Infantes, Academico de Merito na Inclyta Academia de S Lucas em Roma, e das principaes da Italia, Director da Aula do Desenho na Real Academia da Marinha da Cidade do Porto, esta Estampa, que copiou do natural Representa a distribuição do alimento, qe se Repartia no Cruzeiro de Arroios aos infelizes emigrados qe desamparárão as suas terras assoladas pelo Exercito Francez na invasão de Outubro de 1810, e forão acolhidos, hospedados, e sustentados pelos moradores de Lisboa com o mais louvavel patriotismo, e humanidade."
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