“No
caos político e civil da Primavera e Verão de 1808, raríssimas
pessoas gozavam
de um tão invejável poder, e certamente nenhum grupo social, a não
ser o clero. O que se revelou decisivo, já que, em última análise,
foi o clero que acabou por dar um conteúdo ideológico à luta que
se tratava, impedindo que ela se concebesse apenas como uma luta pela
Pátria, contra o estrangeiro e contra os senhores (magistrados,
fidalgos, militares, chefes da Igreja) que com ele, em diversos
graus, haviam pactuado; e transformando-a também numa guerra de
religião em que o inimigo, francês ou português,
surgia sobretudo como o inimigo de Deus,
o
jacobino, o anarquista. Ou seja, a participação dos frades no
levantamento conservou-lhes a autoridade e permitiu-lhes desviá-lo
para um sentido eminentemente conservador.”
Valente, Vasco Pulido, Ir prò Maneta. A Revolta contra os Franceses (1808), Lisboa, Alêtheia Editores, 2007, pp. 42-43.
Cirilo Volkmar Machado
Série das Invasões Francesas, d. 97p
entre 1807 e 1809?
"Profanações dos
Templos.
Os abominaveis soldados de Napoleaõ, manchaõ sacriligamente os Templos
de Deos com ex-ecraveis insultos desprezaõ as Santas Imagens partem-nas e as lanção
no fogo e…
A Religião de vosso Pais, a mesma que todos professamos…será protejada e socorrida pella mesma vontade. Junot. Edital 1 de Fevereiro de 1808. Grande
socorro, grande protecção. para a Religiaõ, lancarem as Imagens sagradas no fogo. Bella fraze."
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