Antes
da Guerra,
quando se pensava na Europa, pensava-se
em Paris como
a sua capital. Fora
da Alemanha, inúmeras pessoas
acreditavam que a batalha
do Marne
tinha salvado algo muito mais valioso do que as rendas francesa ou
as
acções ingleses. Em
primeiro lugar, Paris é a única grande cidade do mundo realmente
bela, de
dia ou de noite, em qualquer estação do ano. Lembre-se
também a
enorme quantidade de pensamento humano que Paris
produziu, não
apenas à
escala da França, mas à
escala europeia
ou mesmo mundial.
Há
uma estreita relação entre as duas coisas: a beleza da cidade e a
obra dos eruditos, dos filósofos, dos cientistas escritores, actores
e actrizes
que passaram os seus melhores anos naquela que é a
rainha
de todas as cidades.
De
facto, se
quisermos imaginar uma
Europa antes da guerra, essa será uma Europa
quase exclusivamente talhada
pelas ideias e
pelos
actos
de homens e mulheres que foram influenciados, de uma ou de outra
forma, pela França ou pela sua história. Sim, até mesmo
a
história de Paris constitui uma parte do conjunto da história dessa
Europa sobre a qual ninguém escreveu um livro. A Grande Revolução,
Napoleão, 1848, a
Comuna, o
caso Dreyfus,
as
batalhas em que
tantos
milhares de homens e mulheres sacrificaram apaixonadamente as suars
vidas: este
foi o solo
onde
as
ideias, o pensamento e a imaginação do ser humano criaram
raízes
e foram fertilizados.”
Fox,
Ralph, Portugal
Now,
Lisboa, Tinta-da-China,
2006, pp. 19-20.
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