“Ser editor, editar livros, foi outrora uma tarefa carregada de aura e distinção. Os livros eram o meio fundamental de socialização da cultura, e aquilo que a partir do Iluminismo se definiu como «espaço público» correspondia em grande medida a um espaço público literário, isto é, moldado pelos livros e pela leitura. Muita coisa mudou, neste plano, sobretudo a partir do momento em que os livros ─ e a literatura ─ perderam uma boa parte do seu poder e a sua esfera de irradiação enfraqueceu. Não é que a produção editorial de livros impressos tenha diminuído. Muito pelo contrário: os balanços e diagnósticos periódicos da actividade nesta área, conformada em grande medida aos verdadeiros critérios industriais e comerciais da mercadoria, apontam para uma doença de sinal contrário, para o excesso e não para a falta. A obesidade é o aspecto mais marcante desta indústria, que, no fundo, nunca prescindiu de afirmar discretamente que não é como outra qualquer.”
"O diletante, com efeito, corre entre as ideias e os factos como as borboletas (a quem é desde séculos comparado) correm entre as flores, para pousar, retomar logo o voo estouvado, encontrando nessa fugidia mutabilidade o deleite supremo." Eça de Queirós, A Correspondência de Fradique Mendes (Memórias e Notas)
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