15 de novembro de 2021

O melro, o coelho e a Nossa Senhora da Conceição da Rocha

 "Nas margens da Ribeira de Jamor, Casal da Rocha, Freguezia de S. Romão de Carnaxide, Termo de Oeiras, distante da Cidade de Lisboa duas leguas, descubrio o acaso huma milagrosa maravilha. No dia 23 de Maio de 1822, segunda Oitava do Espirito Santo, andavão sete rapazes nadando na dita Ribeira, e vírão hum melro, que quizerão apanhar; porém fugindo elle, descubrírão hum coelho, que se metteo em huma tóca. Cuidárão logo os rapazes em o caçar, fazendo com que huma cadella entrasse pela tóca, o que conseguírão com violência, por ser o buraco muito pequeno; porém abrindo-o mais, se introduzio a cadella dentro.
(...)
Voltando da Missa, trouxerão huma alanterna, e huma véla; e cavando mais, fizerão o buraco tão grande, que o Nicoláo pôde entrar dentro com a alanterna sózinho, e achando huma lapa, gritou pelos outros companheiros, que forão entrando; levantárão huma laje que vírão, ao procurar o coelho, e achárão debaixo da laje duas caveiras, e espalhados pela lapa vários ossos de corpo humano, dos quaes se enchêrão dous lenços, que levou o Juiz de Fóra de Oeiras, e outros estão por varias casas, pois os levárão diversas outras pessoas. Achárão tambem varios pedaços de louça, e algumas pedras lizas e redondas." 

Narraçaõ da descuberta da imagem de N. S.ra da Conceiçaõ da Rocha em o dia 31 de Maio de 1822 na ribeira de Jamor, Freguezia de Carnaxide, termo de Oeiras, a duas leguas de Lisboa: com a descripção do que se tem passado ate' 29 de Agosto de 1824, em que na Cidade do Porto se collocou huma copia da mesma milagrosa imagem, na Igreja do Real Collegio da Graça, e Meninos Orfãos, Porto, na Imprensa doe Gandra, 1824, pp. 3-4. daqui

1910

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